Albert Einstein já dizia que “a criatividade é a inteligência se divertindo”. Mas, quando o assunto é RH e gestão de pessoas, a inovação (e a própria criatividade) precisa de muito mais do que apenas boas ideias brincando por aí. Ela exige disciplina para fazer parte da rotina, com espaço na agenda para reflexão, colaboração e aprendizado. No fim das contas, inovar é transformar ideias em ações, e essa responsabilidade não recai apenas sobre os mais “criativos”, sendo um compromisso contínuo da organização como um todo.
Para que a inovação aconteça de verdade, ela não pode se resumir a momentos esporádicos de inspiração. É aí que o RH entra em cena, garantindo que a criatividade e a inovação estejam tão enraizadas na cultura da empresa que todos os colaboradores se sentem à vontade para não apenas propor ideias, mas também colocá-las em prática – experimentando e, claro, aprendendo com os erros ao longo do caminho. Isso significa criar um ambiente genuinamente colaborativo, onde a troca de ideias flua naturalmente e o aprendizado faça parte do dia a dia.
Empresas que realmente abraçam a inovação sabem que não basta valorizar quem é criativo. O segredo está em dar a todos as ferramentas certas para contribuir e transformar suas sugestões em soluções concretas. E, claro, isso passa por uma gestão de pessoas que entenda que o equilíbrio entre criatividade e disciplina é o verdadeiro motor da inovação.
Uma questão de equilíbrio
Esse equilíbrio é justamente o que Silvana Regina Pieri, gerente de Gente e Gestão do Grupo Leveros, defende. Para ela, o papel do RH é garantir que a troca de ideias flua de forma natural e acessível a todos. Além disso, ela ressalta a importância de envolver os colaboradores nesse processo, utilizando ferramentas de pesquisa para coletar informações, perspectivas e sugestões que reforcem a cultura de inovação. “Somos um time que se mantém próximo das pessoas e busca trazer visibilidade aos resultados atingidos por meio de métodos e processos claros”, explica. O processo envolve não apenas receber ideias, mas também avaliá-las com cuidado e, em seguida, oferecer um retorno, seja ele positivo ou negativo.
Entre as muitas responsabilidades do RH, uma das mais importantes é ser o guardião da cultura. Como especialista em pessoas, o setor precisa garantir que princípios como colaboração e trabalho em equipe sejam mais do que palavras bonitas, afinal, a inovação depende dessas interações para acontecer. No entanto, mobilizar pessoas diversas de áreas diferentes não é uma tarefa simples. Como bem destaca Silvana, o RH deve ajudar a empresa a construir ambientes que incentivem a inovação e a criatividade, onde as ideias possam ser desenvolvidas em conjunto e no tempo necessário.
Sim, tudo tem seu tempo. E é aí que surge outro grande desafio: como equilibrar as demandas diárias com o tempo necessário para que a inovação aconteça? Silvana tem a resposta. “Aqui, incentivamos a prática de pausas regulares e estimulamos a abertura para a colaboração nos processos, respeitando a visão de cada área”, explica. Essas pausas são fundamentais para que as equipes tenham tempo de pensar em melhorias, garantindo que o cotidiano não sufoque a inovação. Esse equilíbrio é a chave para manter as ideias frescas e sempre em movimento. “Utilizamos mesas redondas, conversas casuais e perguntas claras para promover esse ambiente colaborativo”, complementa a especialista.
Desenvolvimento contínuo
Da mesma forma, Daniela Panagassi, vice-presidente global de Pessoas e Organização da Eurofarma, ressalta a importância de uma comunicação acessível e horizontal para que a inovação realmente se entrelace com a cultura organizacional. Para ela, quando todos os colaboradores têm clareza sobre os objetivos e a missão da companhia, a inovação deixa de ser um fenômeno isolado e passa a fazer parte do cotidiano. “Temos políticas de desenvolvimento acessíveis para todos e, por isso, trabalhamos a comunicação dos nossos objetivos, visão e missão de forma muito horizontalizada”, destaca.
Segundo Daniela, essa abordagem não apenas engaja o colaborador, mas também deixa claro que há espaço para pensar diferente. Com a inovação e a criatividade no horizonte, é preciso trabalhar esses dois conceitos em todos os níveis da organização, do estagiário às lideranças, passando inclusive pelo RH. E para que isso ocorra de forma contínua e estratégica, a farmacêutica aposta no desenvolvimento dessas competências em todas as áreas.
Mindset inovador
A inovação, como Daniela bem ressalta, precisa estar presente em cada parte da organização, fluindo entre todos os colaboradores, independentemente da função. “Trabalhamos para que a inovação e o aprendizado estejam enraizados em nossa cultura”, sublinha. Um exemplo disso é o programa de melhoria contínua baseado na metodologia Lean, que não apenas otimiza processos, mas também estimula os colaboradores a pensarem de forma inovadora.
Sempre atenta às necessidades de cada colaborador, a Eurofarma também oferece programas específicos voltados para diferentes perfis. Isso inclui iniciativas para estagiários, que estão começando suas trajetórias profissionais, além de formações contínuas para profissionais de RH e lideranças, garantindo que todos os níveis da organização tenham as ferramentas necessárias para crescer e contribuir com soluções inovadoras.“No Vem Crescer, oferecemos workshops para ajudar os estagiários a desenvolver habilidades de criatividade, comunicação e resolução de problemas. Já nos cargos de gestão, eles recebem treinamentos focados no crescimento de carreira e na gestão de equipes”, explica Daniela.
E o conteúdo desses programas? Segundo a head de Pessoas da Eurofarma, os temas são definidos com precisão cirúrgica. Tudo parte de uma análise de lacunas encontradas na avaliação de competências, alinhadas ao planejamento estratégico da companhia e, claro, às tendências do mercado. Não por acaso, o investimento no desenvolvimento do capital humano é uma prioridade indiscutível por lá. A empresa oferece treinamentos, bolsas de estudo e outras oportunidades de aprendizado, tudo como parte de uma estratégia de RH mais ampla para estimular a criatividade e a inovação em cada etapa. “Acreditamos que o estímulo à criatividade anda de mãos dadas com o desenvolvimento educacional”, reforça Daniela.
Conhecimento é poder
Se há algo que as duas especialistas em RH concordam, é que a capacitação impulsiona a inovação e a criatividade nas organizações. Por meio da educação, os colaboradores não só aprimoram suas habilidades técnicas e comportamentais, mas também alimentam um ciclo virtuoso que faz as empresas avançarem. É esse alinhamento entre o crescimento pessoal e os objetivos estratégicos que garante que cada colaborador esteja em sintonia com o futuro da organização. E, claro, é por meio desse processo que o RH reforça uma cultura inovadora, abraçando a diversidade, a pluralidade e a inclusão.
Por outro lado, uma rotina de trabalho excessivamente corrida pode ser a maior inimiga da inovação. Como esperar que novas ideias floresçam se mal sobra tempo para respirar? Nesse cenário, Silvana Pieri, do Grupo Leveros, aponta que a inovação pode ser facilmente sufocada quando a comunicação não é clara e as ideias são descartadas antes mesmo de serem discutidas. “As principais barreiras que a rotina de trabalho impõe à inovação incluem a falta de clareza na comunicação, a não prática ativa do espaço de fala e a ausência de avaliação adequada das ideias”, enumera.
Obstáculos à inovação
Situações como essas desmotivam os colaboradores e geram mal-estar, cortando pela raiz qualquer lampejo criativo. Em contrapartida, o RH pode ajudar a contornar esses obstáculos promovendo uma comunicação mais objetiva, garantindo que todos tenham voz e criando um ambiente onde a criatividade e a inovação possam florescer. E isso, como ela bem salienta, acontece por meio do “acesso aberto a informações, tendências e tecnologias”.
Daniela Panagassi, da Eurofarma, concorda que conciliar as demandas com o tempo é sempre um desafio. “Além disso, as possíveis burocracias ou a falta de recursos e ferramentas também podem ser grandes obstáculos”, acrescenta. Segundo ela, o papel do RH é fornecer as ferramentas necessárias, como webinars e campanhas internas, para que as lideranças possam estimular suas equipes a desenvolver novas ideias e projetos, sem comprometer as tarefas diárias. É esse suporte que permite que a inovação ocorra de forma contínua.
Criatividade nasce para todos
Como já dizia Pablo Picasso, “todo mundo nasce artista, o difícil é continuar artista quando se cresce”. E se tem uma coisa que o RH pode fazer é mostrar que a inovação não precisa vir apenas de quem é considerado o “gênio criativo” do time. A verdade é que, por mais que a criatividade seja frequentemente vista como o diferencial que coloca os colaboradores em destaque, a inovação pode surgir de qualquer pessoa, mesmo daqueles que não se veem como criativos no sentido mais tradicional.
É exatamente essa a ideia por trás do programa Clic, da Eurofarma, como bem explica Daniela Panagassi. “No Clic, qualquer pessoa pode apresentar suas ideias – sejam elas simples ou complexas. Pode ser um novo produto, uma melhoria na rotina de trabalho ou até a solução de um problema. O importante é que todos tenham espaço para contribuir.” E os resultados não mentem: mais de 300 novas ideias já foram registradas.
A Leveros também segue essa linha de pensamento. “O Comitê de Clima tem a missão de fomentar e trazer novas ideias de todos os colaboradores, garantindo que a Leveros seja sempre o Melhor Lugar para Trabalhar”, destaca Silvana Pieri. Com um DNA de inovação, a empresa valoriza todas as ideias, mostrando que a inovação pode vir de qualquer pessoa que faça parte da empresa. As soluções disruptivas são incríveis, claro, mas, no fim do dia, são as pequenas melhorias que realmente fazem a diferença.
🚀Faça parte do universo de inovação no RH e mentoria
Quer ficar por dentro das últimas tendências de inovação e dicas do mundo do RH? 🚀Cadastre-se agora mesmo para receber a nossa newsletter exclusiva do Melhor RH Innovation!