Doenças crônicas sob controle: a inovação avança onde há bem-estar

Quando falamos de inovação, as imagens que vêm à cabeça costumam ser de foguetes e robôs que prometem transformar o mundo em um piscar de olhos. Mas, em gestão de pessoas, a inovação que realmente importa é aquela que faz a diferença na vida dos colaboradores, seja agilizando processos ou antecipando problemas. Um RH estratégico, disposto a pensar diferente, utiliza dados, inovação e modelos de gestão ágeis para enxergar o que vem pela frente e garantir o bem-estar das pessoas, fazendo da prevenção de doenças crônicas uma realidade possível. O segredo está em olhar para o colaborador de forma integrada, conectando saúde mental, física e financeira, e oferecer soluções antes que ele adoeça.

Agora, não entenda errado: foguetes são ótimos, mas cuidar das pessoas é o que realmente impulsiona as empresas a longo prazo. E não se trata apenas de distribuir benefícios ou oferecer incentivos pontuais – é sobre criar um ambiente onde cada pessoa se sinta verdadeiramente apoiada. Quem reforça essa ideia é Renata Trasmonte, gerente de People na NTT Data Brasil. Ela explica que programas de saúde multidimensionais, que integram suporte psicológico, educação financeira e práticas de bem-estar, são fundamentais para reduzir o absenteísmo e fortalecer a resiliência dos colaboradores. “Eles são essenciais, por exemplo, para enfrentar afastamentos prolongados, porque olham para a saúde de forma holística, integrando aspectos mental, físico financeiro”, destaca.

Doenças crônicas e inovação
Renata Trasmonte, da NTT Data Brasil

Cuidado extra

Além disso, esse cuidado extra por parte do RH é a verdadeira chave para a prevenção de doenças crônicas, desde o estresse “corriqueiro” até problemas cardíacos mais graves, garantindo não só uma melhor qualidade de vida para os colaboradores, mas também um ambiente muito mais favorável à inovação. Colaboradores saudáveis estão sempre mais dispostos a testar novas ideias e compartilhar conhecimento.

E mais: inovação em gestão de pessoas também significa ir além dos benefícios tradicionais, flexibilizando as ofertas conforme as necessidades de cada um. Porque, vamos combinar, de que adianta um excelente plano de saúde se o colaborador está com a cabeça a mil, preocupado com as contas no fim do mês? Não há consulta médica que alivie esse peso. Para Fernanda Cortez, gestora de RH da Onze, fintech especializada em soluções de saúde financeira, essa questão é tão crucial quanto o cuidado com a saúde física e mental. “A falta de conhecimento sobre a gestão das próprias finanças é, em si, um problema crônico”, pontua.

Em uma pesquisa recente realizada pela Onze, 64% dos trabalhadores relataram que suas finanças pessoais impactaram negativamente sua saúde mental. Entre os problemas mais comuns estão a ansiedade (71%) e a insônia (57%). Sendo assim, o que começa como uma preocupação financeira pode facilmente evoluir para algo mais sério. Por isso, cabe ao RH garantir que essa questão receba a devida atenção, já que, muitas vezes, falar sobre dinheiro com amigos e colegas ainda é um grande tabu.

Dados, doenças crônicas e inovação

Mas, afinal, como o RH pode antecipar problemas e perceber que o colaborador precisa de ajuda? A resposta está na tecnologia, como destaca Renata Trasmonte. A combinação de inteligência artificial e análise preditiva é capaz de identificar sinais de estresse ou dificuldades financeiras, permitindo que o RH aja rapidamente. “Pesquisas mostram que a prevenção é mais eficaz quando as intervenções são antecipadas e personalizadas, utilizando ferramentas de bem-estar, apoio psicológico e planejamento financeiro”, ressalta a porta-voz da NTT Data Brasil.

Munido de dados, o RH pode acompanhar em tempo real o que acontece na empresa e desenvolver programas que realmente atendam às necessidades de cada colaborador. “A personalização, combinada com o uso de dados e analytics, é essencial para antecipar demandas e oferecer suporte preventivo”, reforça Renata. Isso significa monitorar feedbacks, condições de saúde e desempenho para captar sinais de alerta e agir proativamente. E é aí que entra a criação de políticas ajustadas: linhas de crédito mais conscientes, acesso facilitado a programas de saúde mental e incentivos que fazem sentido para cada pessoa. “O futuro do RH passa por esse nível de personalização, em que o suporte chega antes mesmo que os problemas se agravem”, reforça.

Doenças crônicas e inovação
Fernanda Cortez, da Onze

Entretanto, nada disso funciona sem dados de qualidade e um RH com o olhar treinado para analisá-los com precisão. Com as informações certas, o RH consegue enxergar padrões e tendências entre os colaboradores, inclusive no campo financeiro, como sinais de endividamento e estresse. Assim, a empresa pode evitar que questões aparentemente pontuais se transformem em problemas maiores no futuro. Fernanda Cortez, da Onze, reforça essa ideia: “com essas informações em mãos, o RH pode direcionar iniciativas específicas e personalizadas para apoiar o time, oferecendo suporte onde ele é mais necessário e prevenindo crises que possam impactar a saúde mental e a produtividade”.

Flexibilidade não é mais uma escolha

Não tem mais volta: a flexibilidade virou um valor inegociável. Não importa o setor, os colaboradores querem ajustar seus benefícios de acordo com suas prioridades, e isso nunca foi tão claro, especialmente entre os mais jovens. Eles não aceitam mais pacotes engessados; querem escolher o que realmente faz sentido para o momento que estão vivendo, seja reajustando o vale-refeição, investindo em previdência privada ou focando mais na saúde. E é aí que o RH entra em cena, garantindo não só que o suporte certo chegue na hora certa, mas também que problemas pequenos sejam resolvidos antes de se tornarem algo maior. O resultado disso? Renata Trasmonte, da NTT Data Brasil, é quem responde: “um ambiente de trabalho mais saudável, equilibrado e com colaboradores se sentindo valorizados e apoiados”.

Nesse cenário, o impacto positivo vai muito além do bem-estar individual, reverberando no engajamento e na produtividade de toda a equipe. É assim que o RH realmente impulsiona a inovação, afastando do ambiente de trabalho as temidas doenças crônicas e criando um espaço onde cada pessoa pode cuidar de si da melhor forma possível. Para Renata e Fernanda, investir em programas personalizados, que atendam ao perfil e ao momento de vida de cada colaborador, além de proporcionar mais satisfação, é o melhor caminho para construir um equilíbrio sustentável entre vida pessoal e profissional.

E isso não exige nenhum plano altamente complexo, mas sim um suporte direcionado, que pode ir desde sessões de terapia até atividades físicas ou educação financeira. Com opções personalizadas à disposição, cada colaborador ganha a autonomia necessária para cuidar melhor de si, como bem destaca Fernanda. Além disso, essa abordagem fortalece a cultura organizacional, impulsionando a empresa em direção à inovação e criando uma barreira contra as doenças crônicas. “Empresas que adotam esse modelo conseguem oferecer uma experiência mais personalizada e eficiente”, complementa a gerente de RH da Onze.

Ambiente seguro, gente feliz

Sabe aquele ditado que diz “gente feliz trabalha melhor”? Pois é, faz todo o sentido quando o ambiente de trabalho é realmente seguro e acolhedor. Mas, se os colaboradores não se sentem à vontade para falar sobre suas vulnerabilidades e desafios, isso é um claro sinal de que a cultura organizacional não está aberta ao diálogo – e muito menos à inovação. E nesse cenário, por mais que o RH tenha uma montanha de dados em mãos, é bem provável que essas pesquisas contem uma história bem diferente da realidade. Em ambientes engessados e tóxicos como esse, doenças crônicas como estresse e burnout acabam se instalando silenciosamente. Mas um RH estratégico pode, sim, virar essa chave, desde que a empresa coloque as pessoas como prioridade, e não apenas processos e resultados.

Foto: Reprodução/peoplecreations

Para Fernanda Cortez, gestora de RH da Onze, segurança psicológica é essencial para que os colaboradores se sintam à vontade para expressar suas ideias e preocupações, sejam elas financeiras ou de saúde mental. Ela acredita que a educação financeira é uma pauta urgente dentro das organizações, já que está diretamente conectada à qualidade de vida. E mais: para ela, o verdadeiro segredo está na escuta ativa, mais do que em ferramentas. “Criar um ambiente que valorize a segurança psicológica, onde os colaboradores se sintam à vontade para buscar suporte, é essencial para reduzir o estresse no dia a dia”, completa.

E como fazer isso na prática? Criando diálogos abertos, oferecendo rodas de conversa, certificações em primeiros socorros de saúde mental e consultoria financeira. São essas ações que, como bem destaca Renata Trasmonte, transformam o RH em um verdadeiro suporte para a saúde dos colaboradores, impulsionando a inovação por meio do bem-estar e prevenindo o surgimento de doenças crônicas. “Criamos um espaço onde cada colaborador pode discutir temas de saúde mental e financeira, seja com especialistas ou colegas, formando uma rede de suporte que realmente atende suas necessidades”, resume a especialista.

Treinamento e incentivos

A estratégia também passa por preparar as lideranças para lidar com temas delicados. Imagine um gestor que, além de reconhecer os primeiros sinais de estresse na equipe, consegue agir de forma preventiva. Isso não só evita o desgaste físico e mental, como também cria um ambiente onde o bem-estar realmente é prioridade. Nesse sentido, workshops focados em inteligência emocional e saúde mental são essenciais para que o RH, em parceria com a liderança, consiga prevenir o surgimento de doenças crônicas e abrir caminho para a inovação de forma segura.

Mas o que realmente faz a diferença é como o RH pode inovar ao promover o autocuidado de forma engajadora. Usar a gamificação para incentivar práticas saudáveis pode ser uma maneira divertida de motivar os colaboradores. “Oferecer recompensas, como folgas, bônus ou experiências, ao completar atividades de autocuidado, como check-ups de saúde ou workshops de educação financeira, é uma forma de criar um ambiente que estimule o autocuidado de forma voluntária”, comenta Renata. Além disso, personalizar essas recompensas, como créditos para atividades físicas ou desenvolvimento pessoal, reforça esse impacto. “Reconhecer os esforços dos colaboradores em cuidar de si mesmos pode ser um caminho inovador”, complementa a porta-voz da NTT Data Brasil.

Foto: Reprodução/Freepik

Alinhamento de expectativas

E no meio disso tudo, entra também a questão do alinhamento – tanto de expectativas quanto de objetivos. Quando há clareza sobre o que a empresa precisa e espera, os colaboradores ficam naturalmente mais motivados e inclinados a buscar soluções inovadoras e investir no próprio bem-estar.

Como bem destaca Fernanda Cortez, da Onze, essa combinação é essencial para reduzir a ansiedade e o estresse. Mas não dá para subestimar o papel da liderança nesse processo. “O discurso de ‘portas abertas’ precisa vir acompanhado de ações práticas, como a escuta ativa e a busca proativa por feedbacks. É fundamental que os líderes mostrem vulnerabilidade e entendam que pedir ajuda e aprender com os erros faz parte do jogo. Isso cria um ambiente de confiança e colaboração”, reforça a especialista. Segundo ela, líderes que incentivam o diálogo aberto sobre questões financeiras e de saúde mental provam que estão realmente comprometidos com o bem-estar do time.


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