Inovação com empatia: o poder do design thinking na gestão de pessoas

Sabe aquela sensação de usar uma plataforma digital que parece até ler a sua mente de tão amigável e fluída? Isso é puro design thinking. Diversas empresas investem nessa metodologia para tornar a experiência do usuário mais intuitiva. Agora, se isso funciona tão bem no digital, imagine o impacto disso quando aplicado à gestão de pessoas. Ao unir criatividade e empatia para resolver problemas de forma colaborativa, o design thinking se transforma em uma ferramenta poderosa de inovação, capaz de colocar as pessoas no centro e fortalecer a cultura da empresa. No RH, essa abordagem não só estimula o pensamento criativo e a experimentação, mas também transforma desafios internos em oportunidades reais de engajamento e desenvolvimento – tanto pessoal quanto profissional.

Mas, afinal, como aplicar o design thinking em uma área com tantos processos – e alguns deles bem engessados – como a de gestão de pessoas? A resposta está na capacidade de transformar essas práticas em experiências mais significativas. Tudo muda de perspectiva quando fatores como empatia e cocriação entram em cena.

Aliado do RH

Como bem resume Regiane Mendonça, especialista em Recursos Humanos, design thinking é um poderoso aliado da inovação, sendo ideal para enfrentar problemas que só o RH conseguiria resolver. Para isso, ela destaca três passos fundamentais: ter empatia para compreender o que está acontecendo, definir o problema com clareza e cocriar soluções. “Isso possibilita uma abordagem criativa e assertiva para resolver essas questões”, complementa.

design thinking e inovação
Regiane Mendonça

Pense, por exemplo, no desafio de melhorar a política de feedback. O ponto de partida é ouvir e observar os colaboradores, compreendendo como se sentem ao dar ou receber feedback. Depois, na fase de ideação, workshops colaborativos abrem espaço para ideias criativas e alinhadas à realidade. Por fim, o RH “prototipa” e testa diferentes formatos, ajustando o que for necessário para alcançar o resultado desejado. É assim que a teoria transforma a realidade. “Essas soluções prototipadas e testadas são constantemente ajustadas, o que torna o processo de inovação mais ágil e eficiente, melhorando a experiência dos colaboradores”, reforça.

A jornada do colaborador

Em outras palavras, o design thinking tem tudo a ver com inovação porque leva o RH a entender um problema pelos olhos de quem o vivencia, basicamente. Isso é empatia com método, ou seja, um caminho estruturado para encontrar soluções que realmente façam sentido. Quando processos são criados de fora para dentro, a probabilidade de não refletirem as dores dos colaboradores é enorme. Por isso, antes de tudo, é fundamental ouvir as pessoas. Quem faz o apontamento é Daniella Vasconcellos Costa, gerente de Estratégia e Excelência do Cliente LG Lugar de Gente. “O design thinking fomenta a nossa capacidade de repertório, análise e intuição, elementos essenciais para lidar com pessoas”, reflete.

Mais do que empatia, essa abordagem garante ao RH um verdadeiro mergulho na experiência do colaborador, algo que, segundo Daniella, possibilita identificar pontos críticos e criar soluções baseadas em feedbacks reais. O resultado disso são experiências mais positivas que engajam os times de forma natural e abrem caminho para mudanças significativas na empresa. É justamente esse olhar sensível e estratégico que capacita o RH a transformar o ambiente de trabalho em um espaço mais receptivo e adaptável, que atende às necessidades das pessoas sem comprometer as demandas do negócio.

Ativos da inovação

Para entender a realidade dos colaboradores, ferramentas como entrevistas, observação e mapeamento de jornadas são essenciais para colocar o design thinking em prática. Com elas, o RH consegue identificar o que funciona e o que precisa mudar. E o melhor: à medida que as trocas acontecem, cresce o sentimento de pertencimento entre eles, pois percebem que fazem realmente parte da construção dessas soluções. “Essa prática aproxima o RH dos colaboradores, fortalecendo a confiança e criando um espaço propício para a inovação”, destaca a porta-voz da LG Lugar de Gente.

design thinking e inovação
Daniella Vasconcellos, da LG Lugar de Gente

Regiane Mendonça complementa a reflexão ao destacar que o envolvimento dos colaboradores em todas as fases de desenvolvimento gera propostas mais alinhadas à realidade de todos. “Nesse cenário, os colaboradores têm espaço para expressar suas ideias e contribuir para a construção de soluções que impactam diretamente seu dia a dia”, reforça. Naturalmente, as pessoas valorizam ambientes onde têm voz e podem participar ativamente do processo de inovação – um dos princípios do design thinking. “O resultado é um ambiente de trabalho onde a colaboração é incentivada e o bem-estar coletivo é prioritário”, crava.

Inovação e o passo a passo do design thinking

Já imaginou como seria bom se existisse uma receita pronta para revolucionar a gestão de pessoas? Infelizmente, cuidar de gente não é igual a fazer um bolo, mas o design thinking oferece um caminho estruturado para inovar. Para as especialistas Daniella Vasconcellos e Regiane Mendonça, a fórmula do sucesso combina método e um time comprometido, tendo como ponto de partia a empatia – e não poderia ser diferente. Segundo elas, o primeiro passo é incentivar o time a compreender as experiências e necessidades dos colaboradores.

Nesta etapa, a porta-voz da LG Lugar de Gente destaca que capacitar o RH sobre design thinking é essencial. Mais do que pensar diferente, é preciso organizar as ideias. É aqui que entram o Duplo Diamante e a Matriz CSD (Certezas, Suposições e Dúvidas) – duas ferramentas que facilitam, e muito, o processo por alinhar expectativas e possíveis soluções. “Esses frameworks ampliam e restringem ideias, ajudando a explorar possibilidades antes de focar nas soluções mais viáveis, garantindo uma visão completa dos problemas e de suas soluções”, explica Daniella.

Pense no Duplo Diamante como uma bússola criativa: ele ajuda a explorar todas as possibilidades antes de afunilar para as soluções mais viáveis. Já a Matriz CSD (Certezas, Suposições e Dúvidas) funciona como um detector de ruídos, separando o que você sabe do que ainda precisa validar. Segundo ela, além de organizar o pensamento, essas ferramentas têm um impacto direto na resolução de desafios complexos, como engajamento e clima organizacional, sem tirar do foco as pessoas.

Foto: imagem gerada por IA – DALL·E

Problema e solução

Depois, segundo Regiane, vem a definição do problema, que nada mais é do que organizar os insights coletados e estabelecer um foco. Agora, com o problema definido, é hora de partir para a ideação e a construção coletiva. Workshops colaborativos são indispensáveis nesse momento, como bem destaca a especialista. “Criamos protótipos de soluções, como programas-piloto de desenvolvimento, políticas de feedback ou novos processos internos, permitindo que as ideias sejam testadas de maneira prática”, explica.

É na fase dos testes que as soluções ganham vida no mundo real, permitindo que o RH ouça o feedback dos colaboradores e faça os ajustes necessários. A verdadeira força da inovação está exatamente nesse ciclo contínuo de idealizar, construir, aplicar e ajustar – o que resume perfeitamente o espírito do design thinking. Para fechar, Daniella traz uma dica valiosa: “para integrar o design thinking à rotina de gestão de pessoas, é fundamental documentar e monitorar os resultados obtidos, criando uma base de aprendizado que permite ao RH inovar de forma ágil e consistente”.

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